sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Poema sem sentido

Elefantes-parafuso pastando inquietos
são como pinguins uivando para a lua
quando se banham nas areias do deserto
nas tardes de chuva ácida sobre a pele nua.

Passarinhos e querubins carregando gergelim
com suas línguas sorvem açúcar no armário
cantando melodias sem início ou fim
trepados no andaime do insano dromedário.

Sereias com rabos de gatos escaldados
nadam nuas na lava de um vulcão extinto
se expondo ao sol escoltadas por soldados
enfeitados com suspensórios de ornitorrinco.

No circo universal de azedos palhaços
domadores de focas bebem absinto
enquanto anões suspensos por laços
retiram as pessoas honestas do recinto.

Tibor Wonten, setembro/outubro de 2015.

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